20/04/2011






23/03/2011

fontedesurrealismo

Marcos: Cris, tem um link aqui... Mas eu estou com medo de te mostrar.
Lebre: Ôxi, que será? rs
Marcos: Haha, meu... (silêncio)
Lebre: MANDA, HOMEM! Aposto que é de mulher pelada.
Marcos: HAHAHA! Se fosse seria legal, não agrediria o meu cérebro.
Lebre: Agride cérebro?
Lebre: Isso chama Sofisma. Serve de exemplo pra sala de aula de epistemologia/ filosofia...
Marcos: Meu, isso chama crack! Cara.. Como pode o FDP falar isso?????? Ele pensou: "Bom, fumei meu crackzinho matinal... Agora vou falar aos bolívares."
Lebre: Mas essa é a essência dos FDPs; falar esse tipo de asneira. Má, eu desisti desse mundo faz tempo.
Marcos: Hahaha.... Vamos virar ermitãos?
Lebre: Vamos virar justiceiros? Daqueles armados até os dentes? Vamos entrar pra uma seita tipo maçonaria que mate os cabras? Eu queria ser dessas. Vamos chamar de "Inquisição Reversa".
Marcos: Eu acho que Ziklon-B no metrô é mais fácil - mata mais sem ninguém te ver atirando.
Lebre: A gente mata só esses cabras poderosos e sem-vergonha.
Marcos: Exterminamos qualquer indivíduo que represente uma ameaça à continuação da espécie.
Lebre: Nada. Vamos infiltrar uns inquisidores nos centros de poder. Vamos chamá-los de "Porque Sim".
Marcos: HAHAHAHAHA

22/03/2011

a l i n a





(Arvo Pärt)

.

18/03/2011

Surrealismo no Cinema:



Surrealismo na Vida:


Mandei
on monday
morning

Alice morder
as hélices
do meu teco-teco

Ela sorriu estilhaçada
de frio e vento
batendo na cara

Mas preferiu aterrissar girando a saia
mostrando a calcinha
pros passantes.

(Bruna Beber, Dirigível do Amor)
Mais em: 365 Poemas a Um Real


(Cruzeiro Seixas, Sem título)

08/03/2011



In Memoriam

"Parar, não paro.

Ivan Canello foi promovido a Anjo pelo bom exemplo na Terra.Esquecer,

esquecer não esqueço.

Se caráter custa caro,

pago o preço.

Pago, embora seja raro.

Mas homem não tem avesso

e o peso da pedra

eu comparo à força do arremesso.

Um rio, só se for claro.

Correr sim, mas sem tropeço.

Mas se tropeçar não paro,

não paro, nem mereço.

E que ninguém me dê amparo,

nem me pergunte se padeço.

Não sou, nem serei avaro.

Se caráter custa caro,

pago o preço." *

Sidónio Muralha


foto de autor desconhecido


*****


* Um dos poemas preferidos do meu amigo Ivan Canello (foto), que faleceu no dia 4 de março de 2011, aos 32 anos, de parada cardíaca fulminante. Este poema retrata bem o caráter dele, um exemplo a ser seguido.



25/02/2011

s é r i e s u r r e a l i s t a s p r i m o r d i a i s



VI: Aline Gagnaire
Nascida na França em 1922, Gagnaire expôs na galeria Furstemberg em 1950-1960, com os surrealistas. Inventou o "caligramas", os "Blanc de B
lancs", as mesas-toalhas, as mesas-paredes, etc. Mais recentemente expôs na Bienal de Veneza (1986), Masque d’artistes (1987), Tree Art Association (1996), entre outras. Faleceu em 1977.




Aline Gagnaire - L'homme Solaire ou Le Silence, 1980



Aline Gagnaire - Courir, 1978
O ano passado não passou
continua incessantemente.
Em vão, marco novos encontros.
Todos são encontros passados.
As ruas, sempre do ano passado,
e as pessoas, também as mesmas,
com iguais gestos e falas.
(...)
Como no repetidíssimo ano passado.
(Cícero Alvernaz)


("Smaler and Smaler", Maurits Cornelis Escher)

16/02/2011

e d g e s o f i l l u s i o n




(John Surman)


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29/03/2007

s é r i e s u r r e a l i s t a s p r i m o r d i a i s


V: Alberto Giacometti
Alberto Giacometti
Nascido na Suíça em 1901, Giacometti começou a pintar em 1913 e a esculpir em 1914. Permaneceu na Ecole des Artes et Metiers em Genebra por um curto espaço de tempo ainda em 1919 e depois mudou-se para a Itália, onde copiava antiguidades e fazia retratos. Foi para Paris em 1922, onde estudou Bourdelle na Academie de las Grande Chaumiere até 1925. Juntou-se a Michel Leiris e Andre Masson em 1928, tornando-se então participante do grupo surrealista de 1930 a 1935. Suas esculturas tiveram grande influência da visão surrealista dos objetos. Em 1932, sua primeira exibição solo aconteceu na Galeria Pierre Cole, em Paris. Depois de romper com o grupo surrealista, manteve estreita amizade com Andre Derain, e não fez nenhuma exibição de 1935 até 1947. Depois da guerra, formou uma associação existencialista e trabalhou com Jean Genet, que mais tarde escreveu L’Atelier de Giacometti (1954). Giacometti pintou e esculpiu, mas após 1956, nunca terminou seus trabalhos. Ganhou o Grande Prêmio da escultura na Bienal de Veneza em 1962. Faleceu em 1966.




The Cage
Alberto Giacometti - The Cage

Surrealist Table

Alberto Giacometti - Surrealist Table

Tall Figure
Alberto Giacometti - Tall Figure
s é r i e s u r r e a l i s t a s p r i m o r d i a i s



IV:Alain Lestié


Nascido em 1944, Lestie estudou arte em Bayonne e Bordeaux antes de ser descoberto na Bienal de Paris, em 1967. Suas primeiras exibições solo foram em 1965, em Nova York, Paris e Coppenhagen. Seu estilo é considerado detalhista e entre seus mais famosos trabalhos estão Comunicação, Abundância e Maternidade e Melodrama (1973-74).





Accident
Alain Lestié - Accident



A Mare
Alain Lestié - A Mare



Survol
Alain Lestié - Survol

02/02/2007

s é r i e s u r r e a l i s t a s p r i m o r d i a i s




III: Andrea de Chirico (ou Alberto Savinio)


Nascido em 1809, Savinio foi irmão de Giorgio de Chirico. Savinio estudou piano e composição no conservatório de Atenas e, mais tarde, sob o tutelado de Max Reger, em Monique. Sua primeira estadia em Paris foi de 1911 a 1915, quando publicou uma coletânia de poemas chamada Les Chants de la Mi-Mort, em 1914. Mudou-se para a Itália e publicou seu primeiro livro, Hermafrodito, em 1918. Continuou a compor músicas para ballet - e seu ballet Perseus foi apresentado na Metropolitan Opera of New York, em 1924. Durante sua segunta passagem por Paris, de 1926 a 1934, começou a pintar. Participou de várias mostras na Itália e fez seus prórpios desins para seu ballet Vita dell’Uomo, apresentado em La Scala, em 1951. Um salão inteiro foi dedicado à sua obra na Bienal de Veneza de 1954.






Alberto Savinio - Objects Dans La Forêt






Alberto Savinio - Atlante






Alberto Savinio - Le Depart de La Colombe

s é r i e s u r r e a l i s t a s p r i m o r d i a i s


II: Adrien Dax

Nascido em 1913, foi um pintor solitário. Seus trabalhos raramente são exibidos. Entretanto, é conhecido por suas experiências - isso fica evidente em seus "posters interpretativos", como The Beautiful Mexican, de 1965.




Adrien Dax - Sem título



Adrien Dax - Sem título, de 1949

01/02/2007

s é r i e s u r r e a l i s t a s p r i m o r d i a i s


I: Andre Breton

O suposto pai do Surrealismo, Andre Breton



Nascido em 1896, em Tinchebray na França, foi reconhecido como o pai do Surrealismo por sua prosa e poesia, tais como o Manifesto do Surrealismo (Le Manifeste du Surrealism, 1924), Nadja (1928) e Revolve a Cheveux Blancs (1932). Também escreveu La Revolution Surrealiste, uma coleção de artigos sobre os pintores de sua predileção, em volumes mais tarde publicados com o título Surrealisme et La Peinture (1928). Migrou para os Estados Unidos durante a II Guerra Mundial e lá publicou vários trabalhos, incluindo The Artistic Genesis and Perspective of Surrealism (1941) e Prolegomena to a Third Manifesto of Surrealism or Not (1942). Seus trabalhos inspiraram muitos artistas amerianos e de lá Breton voltou com o interesse pelo ocultismo. Faleceu em 1966.






"No instante de deixá-la, quero fazer-lhe uma pergunta que resume todas as demais, uma pergunta que somente eu seria capaz de fazer, sem dúvida, mas que, pelo menos desta vez, encontrou resposta à altura: 'Quem é você?' E ela, sem hesitar: 'Eu sou uma alma errante.' Combinamos nos encontrar no dia seguinte no bar que existe na esquina da rua Lafayette com o faubourg Poissonnière. Diz que gostaria de ler um ou outro dos meus livros e insiste quando sinceramente ponho em dúvida o interesse que possa ter por eles. A vida é diferente do que se escreve."


Trecho de Nadja

21/11/2006

Surrealismo & Fotografia


A Cup of Tea
A Cup of Tea, de Ivan Kap, Itália. Nikon Coolpix 8800.

Surrealismo
Surrealismo, de Vicente Santander, Chile. Panasonic Lumix DMC-FZ10.

A Bit of Surrealism

A Bit of Surrealism, de Monika Brand, Alemanha. Nikon F100.

Nu au Collier
Nu au Collier, de Pascal Renoux, França. Sony DSC R1

18/08/2006

d i c o t ô m i c a




Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio. Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca. Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste. Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante. Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento. Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço, Que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada. Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável. Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância. Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito. E que o teu silêncio me fale cada vez mais. Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba e que ninguém a tente complicar, porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer. Porque metade de mim é a plateia e a outra metade, a canção.
E que minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade, também.



Metade, Oswaldo Montenegro



Porque metade de mim é amor e a outra metade, também.
Frida Kahlo - Las Dos Fridas

15/03/2006

Hoje de madrugada cutuquei a ferida, o que não foi uma boa idéia. Tirando a casquinha, ela sempre vai sangrar. Mesmo que não crie calo, pelo menos uma pele fina vai nascer. Com o tempo - espero - o calo se forme.

02/02/2005

O meu problema, o meu maior problema dentre meus inúmeros problemas, é nunca fazer as coisas com começo, meio e fim. Talvez porque não saiba realmente quando é o começo, o que é o meio e do que se trata um fim. Talvez por isso esse blog tenha virado essa palhaçada.


12/05/2004

Olha aí que maravilha: texto do delicioso Café com Leite (da Tati).

Conto de Fadas
para as mulheres do século 21


"Era uma vez, em uma terra muito distante, uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima.
Deparou-se com um sapo, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago de seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas.
Então, o sapo pulou em seu colo e disse:

- Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má me jogou um encanto e eu me tornei esse sapo asqueroso. Um beijo seu, no entanto, há de me transformar de novo em um belo príncipe. Poderemos nos casar e constituir residência em seu lindo castelo. Mamãe poderia vir morar conosco e você poderia preparar meu jantar, lavar minhas roupas, criar meus filhos e seríamos felizes para sempre.

Naquela noite, enquanto saboreava pernas de sapo à sautée, acompanhadas de cremoso molho acebolado e finíssimo vinho branco, ela riu e pensou consigo mesma:

- Nem morta!"

29/04/2004

DISPEPSIA

Cada lunes
están dispuestos a brindar
con el agua de las alcantarillas
mojar el pan en la salsa
(rebañan toda la sangre del plato)
o comerse el mundo
y preguntar luego.
Se trata de engullir algo
que nunca les perteneció.


Tradução (de Majarti):

Cada Segunda-feira
estão dispostos a brindar
com a água das bocas de lobo
molhar o pão no molho
(tornam a banhar todo o sangre do prato)
ou comer-se o mundo
e perguntar depois.
Trata-se de engolir algo
que nunca pertenceu a eles.


(Carlos Martin Tornero, poeta surrealista Asturiano)




Collage


Loli Peñil - Poema "Collage"

22/04/2004

MARIA VAI COM AS OUTRAS

Peguei da Olabáuti (que ressucitou no Mundo Podre), que pegou no Sopa de Mim, que pegou da Fal (do Drops da Fal), que pegou da Mel (do Acontecível), que pegou da Dani (do Mad Tea Party), que pegou do Delfin (o do DelRey):

Instruções:
1. Pegue o livro mais próximo de você;
2. Abra o livro na página 23;
3. Ache a quinta frase;
4. Poste o texto em seu blog junto com estas instruções.


E deu isso:

"Aboliu o controle estatal."

Do livro Novo Manual Nova Cultura de História do Brasil, do meu antigo professor de história do 1º grau, excelentíssimo Clarence José de Matos e seu comparsa de livro, o Cesar A. Nunes (porque meu PC está ao lado da biblioteca).

15/04/2004

Eu planejava deixar este blog mofar às moscas, mas, às 3h27 da matina, precisei transcrever estes escritos que me fizeram mijar nas calças. Apresento-lhes Rafael, o regido pelas Leis de Murphy:

"Lei de Murphy n º 281: Seu desodorante roll-on vai sair roll-ando

Da última vez que fui comprar desodorante, só tinha daqueles, tipo roll-on. Para mulheres aquilo é fácil, passou tá valendo. Para homens, ou pelo menos para aqueles que não depilam as axilas, um desodorante roll-on pode representar alguns riscos. Logo na primeira passada alguns cabelos debaixo do meu braço ficaram presos naquela maldita bolinha. É, não foi legal ficar com um potinho preso no sovaco. Mas depois me acostumei. Até que notei que não estava mais saindo o desodorante. Agitei, sacudi e nada. Resolvi dar umas batidas. Nada. Peguei o frasco e dei com ele na parede. A bolinha do roll-on caiu, o resto do desodorante foi-se ao chão. Olhando pelo lado bom, meu assoalho agora está anti-transpirante. Já eu fiquei bem puto da vida, e decidi que roll-on nunca mais. Prefiro a inhaca."

30/03/2004

SURREALISMO VIVO I

Agradeço:

§ Eduardo Dutra, pelo poema Sonho:

Céu
Safira celeste
Abóbada mecânica
Sol ouro incandescente
Lua, gelo de prata iluminada
O ar agitado como as marés

Campo
Carpete verde
Esmeralda
As árvores Isoladas
Marrons e verdes
Vítreas, resplandecentes
As frutas de ágata
O gosto de um êxtase
Adormecido na polpa

Mais adiante
O rio de cromo
Fulgurante
Fluindo,colidindo
Contra as pedras
Desembocando na catarata
Tilintando o som que nunca termina.

§ Gutierrez Escudero, do Grupo Surrealista de Cantabria - España, pelas belas palavras. Aproveito para divulgar a nova página do grupo na Web:
Movimiento Surrealista En Cantabria

23/03/2004

fugit irreparabile tempus

Conheceram-se ao acaso, num desses acasos que a Internet propicia.
Em pouco tempo tornaram-se bem próximos.
Não a proximidade de apaixonados virtuais, mas sim aquela mais palpável, a proximidade da amizade.
Ele era o tipo que gostava de falar e ela de ouvir.
Ele angustiado, ela tranquilizadora.
Algumas vezes, trocavam de lugar - era ele quem ouvia as angústias dela e, assim, sentiam-se mais e mais unidos.
Chegou, enfim, o dia de concretizarem a amizade, encontrando-se fora do mundo virtual.
Como esperado, sentiram, no abraço que trocaram, como se há muito se conhecessem.
Ela tinha tanto a lhe dizer, tantas coisas a contar, mas notou que aquele era um de seus dias ruins, que ele não estava para ouvir, mas sim para ser ouvido.
Ofereceu-se para ouvi-lo.
Ele, então, falou de toda sua angústia, angústia vinda de tantos pensamentos que lhe vinham à mente.
Pensava em tantas coisas, na fome do mundo, nas guerras, na intolerância, enfim, em todos os males da humanidade e se angustiava por não saber como ajudar e por não conseguir parar de pensar em tantas coisas ao mesmo tempo.
O coração dela apertou com o sofrimento dele.
Puxou-o em sua direção, recostando-lhe a cabeça em seu ombro.
Então, com um gesto de extremo amor, abriu-lhe a cabeça para que seus pensamentos pudessem escapar.

15/03/2004

"Tenho um curioso animal, metade gatinho, metade cordeiro.
É uma herança de meu pai.
Em meu poder, desenvolveu-se completamente; antes era mais cordeiro que gato. Agora é metade um e metade outro.
Do gato tem a cabeça e as unhas; do cordeiro, o tamanho e a forma; de ambos, os olhos, que são ariscos e faiscantes, a pele suave e ajustada ao corpo, os movimentos ao mesmo tempo saltitantes e furtivos. (...)"

Uma Cruza, Jorge Luis Borges

Clique no bichinho


Se espaço for infinito, então nós podemos estar a qualquer ponto em espaço.
Se tempo for infinito, nós podemos estar a tempo.

29/02/2004

Tudo o que eu sempre quis ler sobre minhocas e casquinhas:

"Depois da noite, a casca rompeu e pudemos ver tudo o que acontecia lá dentro. Um monte de minhocas coloridas (a vermelha, a vermelha...) saíram rastejando por cima das mil casquinhas - engraçado, eu pensei que eu não teria mais casca e veja só! Agora tenho casquinhas e minhocas. Tenho cascas e minhocas.(...)"

Da Paulinha, escrevendo automaticamente.

16/02/2004

Comendo com café:


Colagem da Luciana - um apetizer;

Montanha-Russa sabor bullar;

Naked Emotions, just for fun;

Sushi Leblon - não parece, mas é um pastel de Santa Clara d'ishtalar a língua;

Zero-Grau, meu gela-güela;

Brusk Não Fala Francês, mas dá um ótimo petit-four.

11/02/2004

Opinião

O pior é o Melhor, por Diogo Mainardi

"Desde cedo, a única meta que eu tinha era ir embora de São Paulo. Fracassei em minha primeira tentativa migratória. Fracassei na segunda. Na terceira, deu certo. Fui embora e nunca mais voltei.
Depois de tantos anos de afastamento, finalmente me reconciliei com a cidade. Aprendi a reconhecer seus méritos. O maior deles, é despertar o sentimento de repulsa em seus habitantes. São Paulo é tão detestável, que somos estimulados a rejeitar nossa origem, a buscar lá fora o que não podemos encontrar aqui dentro.
Parece pouco. Não é. São Paulo não acomoda. Ela nos deixa num permanente estado de insatisfação e precariedade. O paulistano não é apegado a nada. Está sempre de malas prontas, disposto a abandonar oportunisticamente tudo o que lhe pertence: sua cidade, seu país, sua família, suas idéias.
Não temos o sentido de coletividade: não sabemos votar, não sabemos respeitar as regras, não sabemos pensar no próximo, não sabemos cumprir acordos. Em compensação, conseguiríamos nos adaptar com facilidade a um holocausto nuclear. Pena que a perspectiva de um holocausto nuclear seja cada dia mais remota.

A música é o mais importante elemento de identidade nacional. Em São Paulo, a falta de sentido de coletividade nos impediu de desenvolver um estilo musical. Ao contrário do resto do Brasil, não temos ritmos próprios, não temos artistas de peso. Nosso ouvido é duro. Na festa de aniversário da cidade, o melhor que conseguimos apresentar foi o grupo Demônios da Garoa. Caetano Veloso também homenageou a cidade, mas ele não conta, porque é baiano e, sobretudo, porque homenageia qualquer lugar. Ele já homenageou Londres, Barcelona, Nova Iorque, São Francisco e Brasília. Já homenageou até Tel-Aviv. Caetano Veloso é como Lamartine Babo, que escreveu os hinos de todos os times de futebol do Rio de Janeiro.
É uma sorte que São Paulo seja tão pouco musical. A música popular constitui o maior fator de atraso no Brasil. Quanto mais musical é uma região, mais subdesenvolvida ela é. A musicalidade dos brasileiros está diretamente relacionada com as epidemias de leishmaniose, os esgotos a céu aberto, os desmoronamentos de favelas. São Paulo é a cidade mais rica do Brasil simplesmente porque não entende nada de música popular, agora, publicam livros com todas as suas letras. Quem consegue compreender o significado dessas letras nunca irá aprender a construir uma ponte, ou a planejar o escoamento de um milharal, ou a obturar um dente cariado. Um conhecimento anula o outro.
O Brasil se reconhece no sentimentalismo mais ordinário, no verso mais incongruente, na batida mais simplória. Nos foi ensinado que a música nos ajudou a resistir a todos os tipos de autoritarismo. Mentira. A música é um instrumento de dominação. Tanto que todos os partidos políticos criam seus sambinhas para o horário eleitoral. Se até o PTB tem seu sambinha, é sinal de que há algo errado na MPB.

São Paulo é a pior cidade do Brasil. Mas nós, paulistanos, até que temos a nossa graça: não levamos jeito para a música, o que nos torna, tudo somado, um pouco menos brasileiros."


Fazendo cidade.

Rob Gonsalves - Scenery Change

05/02/2004

com os pés na mobília

Não me recriminem.
Eu nunca prometi constância nem qualidade.
Este site é um passa-tempo.
Entro e saio de casa e já não há mais chá no bule (só café - café NUNCA faltará). Aqui é como casa de vó no interior: entra sem bater, bebe e come sem pedir e vai embora. Tem quem fique para dormir, mas aí já são outros quinhentos. Para quem não tem vó no interior, pense num alberque para moradores de rua. Tudo espalhado, portão sem trava, porta sem maçaneta, sopão na canequinha. Todo mundo pode, livremente. A diferença é que, ocasionalmente, sai um filé na chapa. O CA SI O NAL MEN TE, para não gastar verba, nem desabar na fadiga.
Então.
Por enquanto, só sopão com café.

28/10/2003

Dialoguinho

Du: Ó de casa!
Cris: Olá, tudo em riba? Reparou na minha testa fritada? Vermeio-sinalêro.
Du: Pensa o que que só porque é brasileira-persa que é mulata para tomar sol sem protetor?
Cris: Falhei.
Du: Em que parte do nosso augusto litoral Vossa alteza andou tostando a fronte?
Cris: Fritei-me na cercania de Ubachuva-do-Norte
Du: Que é isso? Um recanto campinóide?
Cris: Omessa, folgo em não ser, jamais pisaria em vil local.
Du: Perquê vossa mercê evita tais logradouros?
Cris: Só vou para remessar endívias ao vento, quereis isso?
Du: Toda crítica é bem vinda, mesmo que leguminosa.
Cris: E endívia lá é leguma, ignaro??
Du: Vossa mercê esta menoscabando de meu léxico?
Cris: De quando em vez. Afinal, quem é a sirigaita dos folguedos?
Du: A melhor amiga de minha adorada futura esposa.
Cris: Neste ambiente negriscuro, aposto o hálux que era fornicação.
Du: Devo dizer-lhe que minha discrição impede-me de propalar tais venturas...
Cris: Abusaste da dama! Reportarei aos 4 ventos.
Du: A digníssima ao meu lado já foi minha consorte, porém hoje tenho-a como confidente, somente deixando para trás os folgedos de alcova...
Cris: Ai de mim a ouvir petas! Ainda fornicam à contento, só os tolos deglutem esta lorota.
Du: Se continuares descabidamente a duvidar de minha palavra, defenestro-te...
Cris: Não há janelas em casa mia. Doidivanas. Cadê o Godofredo? Que é do Godofredo?
Du: Godofredo?
Cris: Seu cachorrinho, o Godofredo...
Du: O Boomer?
Cris: Isso, o Godofredo.
Du: Vai dormir lá fora hoje.
Cris: Que fez para merecer tal descaso?
Du: Teve um embate com um marsupial ...
Cris: HAHAHAHA! Típico do godofredo...
Du: Vou ter que dar banho com molho de tomate nele amanhã. Bom, vou-me, agora.
Cris: Já vai tarde.
Du: Até outra, a próxima.
Cris: Até-la.